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Ficar Vivo

by CAVEIRA

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about

Pedro Gomes - electric guitar
Pedro Alves Sousa - tenor saxophone
Miguel Abras - electric bass
Gabriel Ferrandini - drums, percussion

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Eviscerating, deep soul-scouring, harnessing the harrowing score of a tragic-night obsidian shattering into billions of seething particles, Ficar Vivo is the long-awaited first instalment of the latest full-bore phase of Portuguese guitarist Pedro Gomes’ uncompromising freewheelers, CAVEIRA.

For almost two decades this spectral entity has confounded the interzones separating jazz, blues, noise and rock, filleting shiftless classifications in its various formations with tension-charged bouts of scorched-earth dynamics and cathartic electro-static ritual, like an Iberian Last Exit or Fushitsusha redux.

Now with his consistent ensemble – featuring long-time confederates Pedro Sousa (saxophone), along with Gabriel Ferrandini (drums) and Miguel Abras (electric bass) – Gomes unleashes CAVEIRA’s most formidable, febrile and fully-realised offering yet.

Across three expansive tracks, recorded at Lisbon’s Namouche Studios and mastered by ground-breaking Portuguese sound engineer Tó Pinheiro da Silva, Ficar Vivo (a title which, when translated, means ‘Stay Alive’) teeters continually on the precipice of a sensory overload, riding an expressway to your skull, fuelled by fulminating hotwire fissions and resolutely jagged interplays.

A portentous triptych of swarming, phantasmal subpoenas to inner and outer energies, this remarkable set marks the inauguration of CAVEIRA’s auspicious new chapter, providing both postscript and primer, crackling with a nefarious lifeforce and delirious strains of curdling chaos, a glorious sacred purge executed with all the vehemence of a pernicious chemical-peel penance.


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Caveira. Dramaturgia ferruginosa em 1 acto irremediável. De um miúdo fugido de si ou de Setúbal. Será seu eixo do Bem a enfrentar a Grande Lisboa Prostituta. Serão anos de Reencontro. Exemplar.

Eixo, s.m.: linha recta que passa pelo centro dum corpo e em torno da qual esse corpo executa um movimento de rotação.

CAVEIRA é um eixo e uma pessoa. Não des-fazendo aos que foram caveiras e sobretudo aos actuais, que isto de ficar vivo, durante o mais furioso neo-liberalismo, custa. (Ficar vivo à rasca? sim sim, nunca jamais “à vontade”.)

Um eixo e uma pessoa o Gomes o estático derviche golpeador da Strato o pedro Caveira em interminável ardente relação com as esquinas frias do som e demais atritos inefáveis... Nada na guitarra do moço foi alguma vez por acaso: tudo – afinações, modos e maneiras, comportamento das electrici-dades – tudo burilado ao pormenor; e TUDO oferecido aos caveirinhas; incrível, de complexa e generosa a Partilha de Poderes; e o tanto que lhe dão em troca: o outro pedro outra pedra ou pássa-ro-jazz, do facetado canto saxofónico em qualquer floresta, mas sobretudo nas de Blake nas de Lam: as Encantadas; a guitarra baixo Verdadeira do jovem Mestre Abras, seu punk orquestrado de in-flexões e dinâmicas salutares: haverá o espaço siderante; e, parceiro já antigo da mais tensa imedi-atez, das ritmias transviadas mas do certo beat, Condutor, até quando não-tocado, o imprevisível co-piloto: são mil as cabeças do tambor de Gabriel. Ilustres caveirinhas: não nunca se auto-glorificam; limitam-se a tocar pra caralho.

Assumir a posição felina e proletária da con-tracultura, no seio de uma cultura pop há muito desviada por multinacionais, garante a sobrevivên-cia mui magra, sem direito a ilusões. Os Caveira, para além de sublimes, encarnam portanto o puro dom de si e por isso possuem a compleição sónica votada ao pulso da vida. Posto isto, a genealogia caveiresca aparenta e não engana: a do rock, essen-cialmente; e a música do rock não ostenta todas as batidas, dá-se a esse luxo, “a forma de”, essencial-mente binária. Divide e sub-divide por igual, a igualdade aqui significando um luxo – repito – vindo do Blues, e mais precisamente (estranho Caso Caveira) dos harmónicos do Blues, bem mais do que de uma métrica. Deve-se esta um pouco mágica in-versão, “na forma de”, sem dúvida ao conhecimento que o Sr Gomes tem e mantém de outras muitas músicas, porém denuncia o plano onde as coisas acontecem “à caveira”; arpeggiatura em estaleiro, El Riff, vamp-anti-vamp, claro, mas a binária felici-dade de um rock metafísico em directíssima metalinguagem. Vos dizia: um luxo.

Podemos agora interrogar-nos, indagar qual esta Caveira que determina uma vida de tremendos actos sonantes... anónima caveira? (a do soldado desconhecido?) Ou não-bem-messiânica mas a dos cristos verdadeiros? Morrem as cidades e os céus. Salvemo-nos um por um com a ajuda de todos. O Pedro chegou a dizer-mo. A Caveira induz o com-portamento sonhado.

Mas atalhemos. Para os Caveira o palco, neste caso o estúdio, é CAIXA DE LUZ. E arco. As densidades mesmo quando brutais permanecem transparentes, prenhes de todos os silêncios. E as energias não cessam, curvam, e não cessam, numa continuidade propriamente mística; nela cada músico-tocador abriga uma missão no íntimo do seu corpo. Uma – última – dica: da Caveira este é o Opus murmurado.

Sei Miguel, Lisboa, Outubro de 2023

credits

released March 29, 2024

Recorded and mixed by CAVEIRA and Joaquim Monte at Namouche Studios, Lisbon. 
Mastered by Tó Pinheiro da Silva
. Cover photo by António Júlio Duarte - “Brilho”
. Layout and design by Bárbara Says.
 Executive production by CAVEIRA & Associados
. Compression=Zero

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Shhpuma Lisboa, Portugal

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